A Verdade …

Escrevi este livro por sugestão de muitos amigos, especialmente Luiz Caversan, conforme relatou no prefácio que segue abaixo… Foi um prazer viajar nas memórias … O livro foi lançado através de crowdfunding e os interessados podem entrar em contato… Assim Caversan apresenta…

História se aprende contando

O cenário era emoldurado pelo mar calmo, quente e de cores fortes do sul da Bahia, na pacata vila de Santo André, Santa Cruz Cabrália.

A brisa batia fresca na manhã quente, e nós ali ouvindo histórias.  Histórias que nos levavam para muito longe daquele bucolismo todo, nos transportavam para grandes palcos, bastidores agitados, redações frenéticas, luzes, câmeras e muita ação.

E quem nos contava aqueles casos todos envolvendo grandes nomes da música nacional e internacional tinha o dom da palavra, cativava com seus detalhes, suas descrições apuradas e seu humor.

Léa Penteado é uma mulher de muitas facetas profissionais, não arriscaria apontar qual a melhor ou pior delas, mas é sem dúvida nenhuma mestre com pós graduação na tradição oral, a que transmite o conhecimento de um para outro, de geração a geração, de maneira simples assim: contando.

Nossa conversa inicial à beira mar se repetiu em outras ocasiões e cenários não menos agradáveis, mas sempre em Santo André, enquanto durou aquela curta temporada de verão.

Não sei se o trabalho que agora é publicado resulta de uma observação que fiz repetidas vezes a ela, interrompendo seus relatos – “Você precisa escrever um livro com estas histórias todas…” -, mas felizmente Léa resolveu “colocar no papel”, como se dizia antigamente o que hoje pode-se dizer “colocar no word”, uma boa parte de sua fascinante trajetória profissional.

Fascinante não apenas por nos aproximar, praticamente nos colocar dentro de situações e fatos importantíssimos para a história cultural mais ou menos recente do Brasil, mas também pela riqueza de detalhes técnicos (desde um tempo em que o máximo da tecnologia era uma máquina de escrever IBM elétrica…) que acabam emprestando outra dimensão a este livro, tornando-o uma valiosa obra de referência para quem quer se aventurar ou mesmo já se encontra profissionalmente na área de comunicação: assessoria de imprensa, relações públicas, jornalismo.

Seja em relatos como o que nos conta como surgiu e como evoluiu o Rock in Rio, seja na revelação (sempre respeitosa) de detalhes da personalidade nem sempre elogiosos de certos artistas, ou da formulação de estratégias de comunicação e da maneira quase heroica e artesanal como se fazia assessoria de imprensa três décadas atrás (e como este ofício foi evoluindo), o livro traz verdadeiras aulas para serem aproveitadas em qualquer faculdade de comunicação, na qual poderá ser adotado sem problema algum.

Ao leitor em geral, irá encantar pelos relatos saborosos envolvendo Rod Stewart, Maria Bethânia, Dercy Gonçalves, Alcione (e sua turnê na União Soviética!), Tim Maia, Paulo Coelho, Roberto Carlos, a histórica casa de espetáculos Canecão, do Rio de Janeiro e os muitos artistas que por lá passaram, Júlio Iglesias, o sequestro do publicitário Roberto Medina, Rock in Rio Lisboa, David Copperfield e por aí vai.

Destaque para as dezenas de notas de rodapé que formam um conjunto primoroso de informações referenciais da cultura pop nacional e internacional, uma verdadeira minienciclopédia.

Trata-se, portanto, de um livro para saborear.

Como as boas histórias.

 (Luiz Caversan é jornalista, colunista da Folha de S. Paulo e consultor em Comunicação)

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