Caminhando a beira mar me surpreendo com três enormes cardumes com milhares de micro peixes. Minúsculos, prateados, organizados em um bailado, rodando todos para a mesma direção como os dervixes. Alguns peixes ficaram pela areia, não vão ser sardinha, nem badejo nem tubarão. Vão ser restos de peixe, como muitos que se tornam nada nada vida, e jamais ouvirão falar de um dervixe, um Sufi à porta da iluminação. Sufi é um membro masculino da ordem dos dervixes rodopiantes, famosos em todo mundo, um místico.
No Oriente Médio acredita-se que o dervixe está em oração e seu corpo se torna aberto para receber a energia divina. Os sultões turcos sempre consultavam os Dervixes em tempos difíceis. O girar deles gerava um efeito relaxante e hipnótico no qual os sultões podiam buscar orientação.
Durante essa cerimônia religiosa solene, acredita-se que o poder divino entra pela palma da mão direita, apontada para cima, passa pelo corpo e sai pela palma da mão esquerda, apontada para baixo, em direção à terra. O dervixe não retém o poder nem o direciona. Ele aceita que é o instrumento de Deus e portanto não questiona o poder que entra e sai dele. Como a vida é simples para peixes e dervixes.
Léa Penteado Enviado do meu Blackberry