Foram várias as citações nas redes sociais de amigos, matérias em sites e revistas, comentando sobre a série e mergulhei nos 5 capítulos de “Sullivan & Massadas – Retratos e Canções” no Globoplay. Uma viagem no túnel do tempo, somos da mesma geração, e aquela música romântica que eles compuseram em profusão nos anos 80, mesmo considerada “brega” por alguns puristas da MPB, fez parte da minha playlist. Voltei ao Canecão nos anos 80 e vi a casa lotada ao ritmo de “Whisky a Go Go”. Lembrei da dificuldade em conseguir espaço na imprensa para divulgar o Roupa Nova, mas bastava colocar o nome no grande outdoor na porta da casa de shows em Botafogo que os ingressos esgotavam.
Assistir séries documentais é um convite para relembrar momentos que estão escondidos em alguma gavetinha da memória, e me deparei com a citação do Lincoln Olivetti que trouxe junto Vanusa do jeito que a conheci em 1973. Ela tinha acabado de gravar “O Mago de Pornois”, uma música infantil do Paulo Massadas lançada no Fantástico. Alguns anos depois estive mais próxima do Lincoln quando retornou ao Brasil depois de um tempo nos Estados Unidos e participou ativamente do disco “Vanusa 30 anos”, mas aí já é outra história…
Voltando à importância de Sullivan e Massadas, o jornalista Sérgio Martins coloca muito bem o que representaram na década de 80, lembra o movimento dos “falsos gringos”, cantores brasileiros que faziam sucesso cantando em inglês como era o caso do próprio Michael Sullivan. Outro momento delicioso é a sequência de clips, trechos de novelas com as dezenas de trilhas sonoras e um filme vai passando na cabeça de quem viveu aquele tempo. Algumas vezes dei um stop no vídeo para repensar aonde eu estava naquele momento…
A forma como o diretor André Barcinski conta esta história, utilizando alguns artistas que não são desse tempo, como por exemplo Zeca Baleiro e Carlinhos Brown, atesta a atualidade das músicas que podem ser interpretadas em diversos estilos como mostra o sambista Ferrugem com uma versão de “Talismã”, sucesso dos sertanejos “Leandro e Leonardo”. E é claro que lá também estão os depoimentos de muitos dos que venderam milhares de discos com suas obras, como Gal Costa, Alcione, Angélica, Roberto Carlos, Xuxa, Serginho do Roupa Nova, entre outros tantos… A participação do Pedro Bial em entrevistas pontuais, e dos homens do disco e da TV como Edison Coelho e o Boni (José Bonifácio de Oliveira Sobrinho), atestam a importância da dupla. No último episódio, Massadas define de forma clara o porquê do sucesso: “a nossa música penetrou na alma, nós geramos memória”… Simples assim… Vale viajar nesses Retratos e Canções…