Quase desmoronei na porta do estúdio. Olhei as maquinas que me esticam e deu um nó na garganta. Uma voz falou dentro de mim “engula este choro”. Engoli. Concentrei na voz da professora e fui me esticando, desdobrando cada pedaço do meu corpo embutido em 4 semanas. Fui encolhendo por dentro e por fora, doída, nervosa. O sol e o vento iam condensando a tensão, deixando o sofrimento solidificar como a terra seca. Nunca fotografei tanto a praia, as árvores e o mar. Talvez uma forma de enxergar o que estava a minha volta e eu não via. Estava com antolhos para a vida. Apenas um fixo pensamento nos telefonemas da tarde para saber os boletins médicos. Revejo as fotos e em quase todas apareço com a testa enrugada, um olhar apertado de mau humor. Preciso que as máquinas me estiquem, mais e muito mais. Esticar a minha alma, dar espaço ao meu coração para explodir de amor pela vida que agita dentro de mim. Eu preciso de um enorme sorriso.
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Comentários
Luciene Setta em O REI E EU Paloma Piragibe em Inspirações e referências Analu Neves em Que mulher é essa ? Angela Ghizi Guimarã… em Que mulher é essa ? Marilia Barbosa Nune… em Que mulher é essa ?
Hummm…. a casa nova parece ótima.
Espero revê-la em breve, digo, depois do cruzeiro.
E que possa, aos poucos, ir desanuviando…
beijo
A vida tem que seguir…Agradecer o que temos ajuda bem.
Receba meu fraternal abraço.
Léa,
Li em um site uma entrevista que você fez com Maysa em setembro de 1973. Vocês eram amigas? Gosto demais da Maysa e conhecendo mais de sua vida, percebi uma enorme e perturbadora semelhança… a entendo perfeitamente. Fale mais dela e de como era ela, terei o imenso prazer em ouví-la.
Um abraço,
Manuella Martins