
Da esq para a direita: Chico Anysio, Milton Moraes, Jorge Doria, Paulo Pontes, Plínio Marcos e Juca de Oliveira. Embaixo Tetê Nahaz, Fernanda Montenegro, Terezinha Sodré, eu, Cidinha Campos e Eva Wilma.
Escrevi esse texto o ano passado quando me comovi ao vê-lo em uma cadeira de rodas acompanhado por Tom Cavalcante.
“Chico Anysio : O gênio da comédia, um artista pleno na sua arte. Como jornalista tive o privilégio de entrevista-lo muitas vezes. Na verdade a primeira entrevista foi no inicio da minha vida profissional quando ele já era um sucesso e estava estourado com um show na boate Sucata na Lagoa (RJ). Tenho o registro em preto e branco, é uma foto hilária. Entrevistei-o para as revistas e jornais por onde passei e lembro-me de uma com detalhes: num intervalo de gravação do programa no Teatro Fênix, sentamos na escada, ele vestido com a personagem Salomé, a velha gaúcha de Passo Fundo, e juntos lamentamos o final de nossos casamentos. Ele contava a separação de Alcione Mazzeo e eu de Régis Cardoso. Foi um desabafo de amigos e tive o maior cuidado em escrever esta matéria. Meses depois nos reencontramos numa festa no meu aniversário, quando eu estava tentando reatar com o ex-marido e ele me deu de presente um rolo de macarrão com a inscrição “Começar de Novo”. Humor em todas as circunstâncias, com delicadeza e elegância.”
Ao procurar a foto do nosso primeiro encontro para postar com algum texto, encontrei esta foto bem mais significativa. Houve um tempo no Rio de Janeiro aonde um homem chamado Carlos Imperial, compositor, produtor, vereador, cineasta, tudo isso com muita irreverência, criou um prêmio para distribuir anualmente às pessoas do meio artístico que considerava terem bom humor para conduzir a vida e a arte. Condecorava com o Plá do Imperial, um medalhão dourado com grossa corrente para pendurar ao pescoço, em uma grande festa. Era um grande deboche e uma alegria encontrar pessoas tão queridas e prestigiadas. Nas tantas mudanças que tive perdi o medalhão, mas tenho o registro do prêmio recebido em 1974 ao lado de uma turma de peso… Alguns se foram, aqui fica minha a homenagem ao Chico, e também ao Carlos Imperial, Jorge Doria, Milton Moraes, Paulo Pontes, Plínio Marcos e Tetê Nahaz que com certeza o receberam em festa.
Um texto absolutamente Léa Penteado numa linda homenagem ao mais versatil humorista do mundo.