Sabe aquela pessoa que tem roupas, livros, documentos, enfim, tudo impecavelmente organizado ? Não sou eu. Convivo com a minha desordem e acredito que quanto mais confusa está a minha mesa de trabalho mais ordenados estão meus pensamentos. Estou sempre no processo de desconstruir para construir. Por outro lado consigo organizar tudo para os outros. So Freud explica.
Mas a minha irmã é o exemplo de ordem. Sua casa não tem nada fora do lugar, sempre pedi socorro para arrumar meus armários e papeis. É incrível como ela tem o cotidiano controlado nos mínimos detalhes. Somos os opostos. Tudo pode acontecer comigo e ninguém vai se surpreender se eu comunicar que estou de mudança para Recife.
Acontece que minha irmã esta fazendo obras em seu apartamento e resolveu continuar morando no proprio. Um bom exercício para superar dificuldades e conviver com a bagunça. Agradeceu o convite para ficar na casa de uma amiga resolveu encarou o desafio e quebrar o paradigma. Colocou abaixo o banheiro e a cozinha. Mudou a fiação elétrica e com isso rasgou algumas paredes. Como resultado a geladeira foi parar no quarto, tem que tomar banho frio no terraço do prédio e usar o que restou do banheiro da empregada, so pode cozinhar no forno elétrico e esta fazendo disso uma grande brincadeira. Uma noite ficou trancada em casa pois não achava as chaves e teve que esperar o empreiteiro chegar no dia seguinte, agora perdeu o celular e por aí vai. Admirável encarar a tormenta com humor. Ela sabe que nada é pra sempre. Tudo é muito mais fluídico do que imaginamos. Nos meus momentos mais desesperadores me agarro no pensamento do que isto vai representar na minha vida daqui a 5 anos e fico aliviada. Não me afogo mais, nem em altos mares, o que dirá em copos de água… Tudo acaba um dia, até as obras.
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Comentários
Luciene Setta em O REI E EU Paloma Piragibe em Inspirações e referências Analu Neves em Que mulher é essa ? Angela Ghizi Guimarã… em Que mulher é essa ? Marilia Barbosa Nune… em Que mulher é essa ?
Adorei…. acho que realmente estou exercitando conceitos e valores que eu sabia que existiam, mas que não os tinha vivenciado ….Imagine lavar calcinhas no terraço e trazê-las escondidas para pendurar numa cordinha que improviso a noite na janela que ainda vai ser da área de serviço? Terrível!!!!!! Mas ao mesmo tempo divertido, imagine se os vizinhos descobrem estou frita !!!! Logo eu como dizem a Dona Déa KKKKK
Mas um dia voltarei a ser feliz,, sem estas obras, eu espero….
Bjs,
Dedé
Eu estou mais para Léa do que para Déa kkkk, Minha vida é uma bagunça mas eu não reclamo. Antes, com marido e filhos pequenos me “cobrava” mais, hoje me dou o direito de fazer o que quero e quando quero. Privilégios da idade, que são poucos, então….. vamos aproveitar! Beijos às duas!
em obras …não sou mestre. gostei do jardim. quem sabe, umas obrinhas nele?
Léa, descobri seu blog hoje, pois fui procurar pelo Carlos Renato, jurado do Flavio, e então te encontrei. Não te conheço, mas trabalhei com a sua irmã Déa numa escola da Tijuca, e adorei ter notícias dela. Adorei seu blog e já salvei nos meus favoritos. Adorei os textos, as fotos e sua coragem de viver sozinha numa casa tão longe. Tenho outras coragens e assim como a Déa vou enfrentar obras junto com dois adolescentes preguiçosos e um marido morando em SP.
Vou te acompanhar, beijos para as duas.
Fátima
Espero que a obra já tenha terminado afinal, nada é para sempre!