Permita a informalidade no tratamento, mas me sinto à vontade por sermos da mesma geração e talvez tenhamos nos encontrado em alguma passeata contra a ditadura ou em reunião fechada de “subversivos” nos anos 60. Trilhamos caminhos distintos, mas a base dos nossos sonhos de juventude era a mesma: a luta por um país mais justo e melhor. Fomos intensas nas Diretas Já, depois na campanha da anistia e enfim a democracia no país, com todas as dificuldades de estabilização da economia, mudanças monetárias, corremos da inflação, conquistamos direitos, e a vida seguiu em movimento constante de perdas e ganhos. Apesar de não ter votado em você, passei a admira-la nos primeiros meses de mandato. Lembro da alegria de estar na praia conversando com amigos e até me sentindo culpada por não ter acreditado em você. Entretanto o tempo foi passando e percebi que se o país já estava mal, ficou pior. Impunidade, corrupção, gastos enlouquecedores, uma profusão de ministros e cargos públicos, inflação na nossa cara, e sempre me lembrava do velho ditado: quer conhecer alguém, lhe dê poder. E já não era mais a Dilma que eu estava achando bacana, com boas atitudes e colocações quem estava à frente do país. Era outra mulher que parecia estar seguindo outra cartilha que não a sua…
Nesta tarde meio chuvosa no Sul da Bahia, sentei na sala para ouvir o seu pronunciamento antes da reunião com governadores, prefeitos e alguns ministros e as suas propostas para esta gritaria que ganhou ruas, vielas, estradas, enfim, até os becos deste país. E nos primeiros momentos, enquanto as câmeras se alinhavam, acertavam o som e esperavam que todos se acomodassem, a sua imagem passou a ser transmitida e o seu ar era de enfadonho. Que preguiça! Parecia que você estava entediada de estar frente àquelas pessoas para se colocar, discutir, ponderar, conciliar, negociar, justificar, enfim, dar algum jeito neste imbróglio… E só você pode fazer isso! Fiquei prestando atenção nas suas caretas que, como toda imagem, valeram mais que mil palavras… Ninguém pode resolver uma questão tão séria de um país com este mau humor. Prá completar, você escolheu errado o figurino. A blusa com listras pretas e azuis escuras estava sombria demais. E na sequencia, todo o discurso, com muito marketing para o meu gosto… Plebiscito faltando 15 meses para a eleição, tá certo isso ?
Dilma querida quisera poder crer que algo vai ser feito, pois as mulheres da nossa geração, como se diz na Bahia, são “porretas”. Engoliram a pílula para não engravidar, testaram relações antes do casamento, contestaram, queimaram sutiãs, tiveram filhos e seguraram a barra muitas vezes sozinha, foram atrás de uma vida profissional e ainda foram felizes… Por favor, não decepcione a nossa geração…
Que Deus nos proteja
Beijinho
Amiga La ,
Parabns mais uma vez ,
Um abr.
Assis..
Em 24 de junho de 2013 20:09, “La Penteado”
fantástico! (só achei excessivo mandar beijinho) um beijo,Z
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Somente uma mulher compreende outra mulher.
Seu retrato desta desastrada personagem de nossa história, que colocou-se no papel de marionete de um ex-peesidente, foi fielmente pintado por voce.
Sua decadência funcional, a soberba com que manda até no piloto do jato, suas expressões de enfado e impaciência…são a imagem oposta àquela de nossos concidadãos. Que lutam no dia-a-dia infernal em meio ao desvairio das cidades sujas e caóticas. São as mulheres que sofrem o preconceito profissional. São 20% dos jovens entre 18-29 anos (2 em cada dez) da geração “nem-nem” – nem educação, nem emprego. Fruto dos governos em que voce serviu e que por eles pouco ou nada fez e nem fará.
Parabéns, Léa querida, voce foi a fundo e mostrou que esta pessoa é. E com muito veilho.
Eu entendo o mau humor dela, afinal deveria ser o Dirceu presidente, ela nunca disse que tinha vocação e Léa, perdoe-me mas, não se compare…
Parabéns Léa. tudo perfeito….. mas, mandar beijinhos a ela…essa foi demais!!!!!!!!!
Lea eu fiquei muito feliz em ler o seu (nosso) desabafo. Eu também pertenço a esta geração que vibrou com as Diretas Já, eu também sofro todas as vezes que vejo Dna.Dilma na TV com esta cara de enfado e por que não dizer de “não tenho mais paciência com este povinho”,e também não entendi até hoje porque para discutir se baixava ou não o preço da tarifa de onibus em SP foi necessária uma reunião entre prefeito, Dilma e lulinha das candongas da qual o governador não participou. Mas Léa estou confiante nesta nova geração de Mayaras que vem lutando com raça, cidadania e amor ao próximo. Vamos participar. Abraços.
Ótimo você participar com esta carta. No figurino da presidenta faltou mesmo direção de arte, nas cores pesadas de seu vestido pouca esperança no futuro. O governo, pela TV, tenta reagir. Assisto surpreso que o Renan Calheiros é o mestre de cerimônias neste debate, um dos vilões da história, fico confuso. Vamos ter que enviar mais cartas para a presidenta. Beijo.
Beleza, Léa
Bj., Fridão.
Oi Lea, que classe em colocar seu desabafo… gostei muito, também de seu comentario sobre o figurino, imagine o tempo e o interesse para se convocar uma constituinte, nossa !!! Vamos em frente !!!