…e lá se foram 40 anos

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Quando no penúltimo bloco do programa começaram as imagens numa retrospectiva dos 39 anos de especiais do Roberto na Globo, como diz o Faustão, “um filme passou na minha cabeça” … Onde eu estava em todas aquelas noites de Natal ?

Quem passou dos 60 tem a sua história entremeada como alguma música do Roberto. Quem tem menos de 60 também. Suas músicas são a trilha de algumas gerações. Mesmo quem não se apaixonou, curtiu uma dor de cotovelo, cantou para o pai, a mãe ou amigo, ninou o filho, de alguma maneira a música está em sua vida. É tão forte quanto o Hino Nacional antes dos jogos da seleção brasileira de futebol.  Sem pensar em fazer tese sobre o assunto, reflito sobre os meus natais ao som das suas canções. Mesmo que fosse um filme mudo, as imagens da flor na lapela larga do paletó, o terno de veludo, as ombreiras gigantes, a calça desbotada “ou coisa assim”, os cabelos longos encaracolados, a camisa com babado, os encontros com artistas de todos os estilos, gritaram na minha memória… Vieram junto as minhas ombreiras, flores no blazer, cabelos, babados, com sabores de peru e champagne, rabanada e guaraná, a conta do banco no vermelho, a aliança com brilhantes em baixo da árvore, o carro zero com laço de fita no portão, as joias empenhadas para comprar o presente do filho…

Altos e baixos “são tantas emoções” … E percebi o olhar do artista encantado ao ver a sua história projetada na grande tela para uma plateia de notáveis e nós, anônimos, acompanhando tudo no sofá da sala… Foi assim mesmo? E foi tão rápido, talvez o artista tenha pensado… E quais os dramas, as alegrias e as dúvidas que correram nos bastidores destas gravações? E os tantos diretores, deve ter se lembrado com certeza do Vanucci (Augusto Cesar) … Mas está lá tudo na memória. Na memória do artista e na nossa, como se prensados iguais as suas gravações em milhões de discos, do 78 rotações aos LPs, cds, dvds, bluerays, Eps, iTunes e o que mais a tecnologia trouxer…

Li em algum lugar que as pessoas mais velhas tem resistência em gostar de músicas atuais. Preferem ouvir e cantar os sucessos de sua juventude, pois com os sons vem o sentimento, o perfume, o comportamento e o frescor daquela época… E neste pensamento, por mais que o tempo passe, assistindo Roberto somos sempre os jovens das tardes de domingo…

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3 Respostas para “…e lá se foram 40 anos

  1. Ameiiiiiiiiiiiii !!!! Viva!!! E acasos da vida fui parar nesse Especial 🙂 Encontros Beijos e Feliz Ano Novo Feliz, Léa para você e Bernardo. Diga que mandei um beijo. Beijos

    Enviado via iPhone

  2. Belo texto!
    Que 2014 traga tudo o que você precisa e merece. Beijo!

  3. Léa,
    Já ouvi coisas boas a seu respeito, mas nunca tinha lido um texto seu. Aí, procurando recordar das pessoas com quem trabalhei na Última Hora, nos anos 70, encontrei aquele texto maravilhoso que vc escreveu sobre a Gilda Muller. Eu era diagramador e trabalhei com a Gilda e o Maneco, pessoas muito especiais.
    Agora sou seu leitor. Muito prazer em conhecer seu texto.

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