
Houve um tempo em que 3 de janeiro era dia de festa na redação do Segundo Caderno do jornal O Globo com quatro capricornianos aniversariando: Anna Maria Ramalho, Elda Priami, Paulo Alberto Monteiro de Barros (Artur da Távola) e eu. Em muitos 3 de janeiro comemorei com uma amiga da mesma data, Ângela, sendo que um foi muito especial, quando nos reunimos em minha casa com nossos ilustres maridos. Ela com Gonzaguinha, eu com Regis Cardoso… Apesar do dia do meu nascimento ser logo depois do réveillon, quando muitos ainda estão de ressaca e entrando na dieta, não trocaria ele por qualquer outros 364 do ano. Adoro ser uma capricorniana de boa cepa, com ascendente leão e lua em peixes.
Este ano homenageio Ângela e Anna, amigas confidentes. Ângela desde os 15 anos e Anna conheci aos 22. Ângela foi a amiga da adolescência, com quem me fechava no quarto (na casa dela ou na minha) para elucubrarmos como seria um grande amor, de onde viria e como chegaria. Foi numa destas conversas que confidenciou estar apaixonada por aquele que viria seu grande companheiro e comporia diversas obras marcantes para a música brasileira, muitas tendo a amada como inspiração. Com Anna ainda haviam amores, alguns desfeitos, outros recompostos, os filhos pequenos, o futuro profissional e sempre muitos planos maravilhosos que eu lia nas cartas de tarô.
Não tenho como reclamar da falta de amigas, foram muitas chegando ao longo da vida, algumas ficaram outras são vagas lembranças, mas estas duas queridas no dia 3 de janeiro sempre me fazem muita falta. Penso o que falaríamos nestes tempos em que estamos setentonas. Certamente, como sempre acontecia, estaríamos dando boas risadas de nossas mazelas… Creio que foi com elas que aprendi a gostar mais de mim e rir até dos descaminhos…E vou brindar Joca e Loura, assim as chamava… Que estejam na luz e na paz…
Relembrar o passado, momentos que fazem parte da nossa história nos trazem uma certa melancolia. Como fazem falta amigas que se foram , que ficaram no passado. Mas o presente está aqui e temos que seguir em frente com novas amizades , com novos momentos . Hoje meus momentos sao quase totalmente com meu marido que conheci aos dezesseis anos e casei aos 22. Os filhos sao três, mas eles tem os seus momentos.E assim a vida segue……
Amei seu texto. Relembrei meus momentos passados…