Em julho de 1990 quando foi lançada a 2ª. edição do Rock in Rio em uma entrevista coletiva na Tribuna de Honra do Maracanã, local aonde aconteceria o evento, foi feita uma superprodução com jornalistas vindos de diversos Estados, o que gerou uma grande repercussão. No entanto alguns dias depois veio um balde de água fria com a divulgação da notícia de que o Maracanã estaria com problemas na estrutura e poderia cair. Tudo levava a crer que era briga política. O governo estadual sentiu-se ameaçado com a projeção que Roberto Medina teve com o sequestro sofrido um mês antes e o fato poderia agregar valor à família Medina, com Rubem, irmão, deputado federal e possível candidato ao governo do estado nas próximas eleições.
Por questões estratégicas, Roberto Medina preferiu ficar fora de cena enquanto não saíssem os laudos técnicos que comprovassem que estava tudo bem com o estádio. Sabíamos que era um movimento para desestabilizar o festival e como o meu negócio não era política, mas ganhar espaço na mídia, várias ações foram criadas, entre elas a “Escalada do Rock”, onde bandas novas participavam de um concurso, a ganhadora teria contrato com uma gravadora e se apresentaria uma noite. Centenas de fitas cassete* chegavam por correio ou eram entregues na recepção da Artplan, agencia que produzia o evento. Passei dias, noites, fins de semana, todos os horários livres, junto com o produtor Charles Nogueira fazendo uma peneira que depois era enviada para uma comissão passar o pente fino.
Um dia chegou não uma fita, mas o próprio interessado em participar. Tratava-se de Serguei, que conheci ao lado de Janis Joplin numa entrevista coletiva na pérgola do Copacabana Palace em 1970, e ao longo dos anos vinha batalhando na carreira de rock star… Serguei queria participar da “Escalada do Rock”, estava fazendo o maior movimento na imprensa e foi se candidatar. Super alto astral, uma figura fora de qualquer padrão, muito divertido, onde chegava se tornava estrela… A produção definiu que ele poderia se apresentar na seleção como “hors concours” e em honra ao rock teria seus minutos de fama na abertura de um dos shows… Serguei vibrou! Acreditando ter sido eu a responsável sua participação, ao longo dos anos jamais deixou de telefonar, mandar recados por amigos, flores, elogios na imprensa, sempre agradecido pela realização do sonho… Confesso que não fiz nada, apenas levei o assunto ao “dono” do evento, Roberto Medina, ao produtor Dody Sirena, e ambos concordaram que ele era a cara do rock and roll… E foi e será para sempre a cara do rock … Agora é tempo de ser estrela no céu !
O cantor Serguei morreu na manhã desta sexta-feira (7), aos 85 anos, no Hospital Zilda Arns, em Volta Redonda (RJ), onde estava internado desde o fim de maio.
*A fita cassete ou compact cassette é um padrão de fita magnética para gravação de áudio lançado oficialmente em 1963, invenção da empresa holandesa Philips. Também é abreviado como K7.
O cassete era constituído basicamente por 2 carretéis, a fita magnética e todo o mecanismo de movimento da fita alojados em uma caixa plástica, isto facilitava o manuseio e a utilização permitindo que a fita fosse colocada ou retirada em qualquer ponto da reprodução ou gravação sem a necessidade de ser rebobinada como as fitas de rolo. Com um tamanho de 10 cm x 7 cm, a caixa plástica permitia uma enorme economia de espaço e um excelente manuseio em relação às fitas tradicionais.
O audiocassete ou fita cassete foi uma revolução difundindo tremendamente a possibilidade de se gravar e se reproduzir som. No início, a pequena largura da fita e a velocidade reduzida (para permitir uma duração de pelo menos 30 minutos por lado) comprometiam a qualidade do som, mas recursos tecnológicos foram sendo incorporados ao longo do tempo tornando a qualidade bastante razoável. Recursos como: novas camadas magnéticas (Low Noise, Cromo, Ferro Puro e Metal), cabeças de gravação e reprodução de melhor qualidade nos aparelhos e filtros (Dolby Noise Reduction) para redução de ruídos.
Os primeiros gravadores com áudio cassete da Philips já eram portáteis, mas no final dos anos 70 com a invenção do walkman pela Sony, um reprodutor cassete super compacto de bolso com fones de ouvido, houve a explosão do som individual. ( Fonte Wikipedia)