Pontualmente às 5 da tarde chegou o Ministro. Com um jeito tranqüilo, veio caminhando pelo parque do Ibirapuera sem aparato, batedores ou segurança ostensiva. Um sorriso manso, um sotaque bahiano. Acompanhado da filha Dandara e alguns assessores, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, foi conhecer a Exposição Roberto Carlos 50 anos de Música. Percorreu os 4 andares da OCA, ouviu musica – contou que a sua favorita o Rei não canta mais, “E que tudo mais vá pro inferno” – , assistiu a filmes, sentou na lambreta, e como qualquer mortal curtiu o projeto que como Ministro colaborou para se tornar realidade através do uso da Lei Rouanet.
Olhando aquele jeito tão simples e entusiasmado em querer ver, ouvir, entender e admirar a obra do artista, qualquer desavisado ou pouco atento a política que estivesse por ali circulando não reconheceria a autoridade que tantas vezes quando Secretária de Cultura de Santa Cruz Cabrália quis procurar. Eu e todos os secretários de cultura de cidades do interior do país que andam com o pires na mão almejaram estar cara a cara com o poder da cultura do país.
Tive um enorme orgulho de ser Secretária de Cultura da cidade onde o Brasil começou. Um município no sul da Bahia, com pouco mais de 30 mil habitantes, inadimplente, lutando com enormes dificuldades. Uma bola de neve que não consegue parar de crescer e se repete em grande parte dos mais de 5 mil município brasileiros. Apertam o cinto para atender o básico, saúde e educação, não sobra nada para a Cultura, mesmo que exista um número hipotético no orçamento anual. Consegui com uma pequena e querida equipe – valeu Cláudia, Zé Luiz, Sr. Jique… – fazer algumas ações deliciosas que a cidade curtiu. Foi um período onde prendi mais do que ensinei. Enfrentei alem da falta de dinheiro o desafio de não ser nativa, e ao sair deixei amigos. Ficou a tristeza de não ter conseguido fazer uma Casa de Cultura. Um projeto lindo – cultural e arquitetônico – para uma casa tombada com vista para o Rio João de Tiba, com um custo em pouco mais 300 mil reais, num espaço justo e necessário para a cidade. Acesso ao conhecimento é transformador. Através do lúdico, da arte e do movimento, o conhecimento acelera a transformação. Colabora na formação de cidadãos conscientes, cria oportunidade aos jovens, traz o mundo mais perto.
Mas o convite para integrar a equipe que construiu o projeto Roberto Carlos 50 anos de música, fez com que eu saísse da Prefeitura e me trouxe para São Paulo. Mas a vida é tão perfeita, por uma mágica do destino, menos de dois anos depois, fiquei durante mais de uma hora numa boa conversa com o Ministro. Acredito que o universo conspira a favor dos sonhadores e que nada acontece na vida por acaso, quem sabe não é tempo para se recomeçar o projeto.
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Comentários
Frutuoso Silva Galvã… em Domingos lpenteado em Parabéns Leny Andrade Marilia Barbosa Nune… em Parabéns Leny Andrade Nadya Milano em Autumn leaves, fora do te… Sheyla Souza Costa em Opinião 1964
Olha Léa, sempre fui um grande seguidor de Roberto Carlos e nunca tinha ouvido tanto o seu nome quanto nesses ultimos meses, seu destaque tem sido responsável e de grande acrescento na obra do Rei Roberto Carlos.
Comecei a te seguir no twitter e agora acompanho seus textos e sua vida através do seu site e também das suas entrevistas, inclusive no JN. Na qual você sintetizou com muito apreço o que é Roberto Carlos: É o Brasil, disse você.
Meu forte abraço e muito axé.
Felipe Moura
twitter.com/felipemoura
reyrobertocarlos.blogspot.com
Léa,o ministro não é nada bobo, o julgando pela preferida do Roberto.Mas tem que ficar mais atento em
não deixar Cabrália (se não me engano é cidade em questão),sem uma casa de cultura.
A comunicação,a interatividade é como vc diz, muito importante.Você vai conseguir…
_Mas, ai que invejinha branca de você agora sempre do Roberto!Rs.
CRRIGINDO DIGO, SEMPRE PERTO DO ROBERTO.
Quem é a Cris Olivieri, léa? Ela é de Salvador? Ou de Ilhéus? Se for é minha prima, com certeza porque oe Olivieri da Bahia são todos parentes…
Só teria que saber os nome dos pais dela, porque certemente eu o em último caso meu pai saiba quem é!