Há 3 anos transferi meu titulo de eleitor para Santa Cruz Cabrália, Bahia, local que escolhi prá viver. Muito diferente do que estar no olho do furacão de uma grande capital como Rio e São Paulo. Não tenho conhecimento nem relação com o passado dos candidatos nem sei quem é melhor prá Bahia pois Cabrália parece que é um mundo à parte… Apesar do valor histórico – foi nestas terras que Cabral aportou e onde foi rezada a primeira missa – Cabrália tem menos de 30 mil habitantes, é uma cidade pobre com serviços básicos precários e não vejo uma atitude política legal com a região. Por isso só me restou pedir indicação a amigos…
Votei na escola pública de Vila de Santo André e não há urna eletrônica capaz de agilizar a votação, pois o número de analfabetos e analfabetos funcionais é enorme… Somado a isto, como o povoado tem o turismo como base de sua economia, os mais de 100 hóspedes do Resort Costa Brasilis que precisavam justificar seu voto também foram para o mesmo local, gerando uma grande zona. A fila acabou se tornando um programa social. Como todos se conhecem, até a dificuldade demonstrada na demora de apertar os botões na urna ou assinar com o polegar era assunto público e os turistas olhavam espantados a informalidade. Na verdade uma invasão de privacidade, fato mais do que normal num lugar onde todos sabem tudo de todos… Na fila ninguém brigou, nem xingou nem fez valer a sua opinião… Um jeito bom de exercer a democracia. Neste Brasil com tantas carências, meu olhar está mais voltado para o entorno de casa do que para o Planalto. O que me deixa estarrecida é a falta de médico no posto de saúde, a deficiência na educação, a onda descontrolada do crack, a pouca oportunidade para os jovens… São coisas muito simples que na Constituição constam como direito de todos mas que ainda não chegaram aqui…
Léa, acredite, ainda me espanto quando falamos de democracia.
Democracia? Entre tantas definições do dicionário, e momentos históricos, há a definição – soberania popular.
Pois é.
Beijos.
Léa, mesmo de longe deu para “ver” o clima das eleições aí na nossa Vila… seria cômico, se não fosse trágico…
bjs
Querida.
Os 24 anos que morei em Magé/Guapimirim mostraram essa mesma realidade que vc diz existir em Cabrália. Você ia contando e eu ia vendo tudo tudo, tudo o que conheço de sobra e que seria lindo – porque é – se os direitos básicos fossem respeitados, se o dinheiro que vem do governo fosse dirigido para o caminho de direito.
Seria o paraiso de verdade, se não fosse um inferno diário…
Beijo.