Olho a cidade de São Paulo com admiração. Acredito que este sentimento tenha uma boa dose das lembranças da menina que aos 11 anos deixou a paulicéia e foi morar no Rio de Janeiro. Tudo me fascina na megalópole, assim como me assustam os enormes edifícios e gigantescos engarrafamentos… Há algum tempo estou ensaiando andar de ônibus e neste domingo nublado depois de ver a indicação no mapa do Google saí para a aventura. O trajeto era curto, mas valia a experiência. Percebi sentada no banquinho de um ponto de ônibus na Av. Nove de Julho que mesmo no domingo as pessoas têm muita pressa, os carros não andam, voam. Esperar é exercitar a paciência, é ter tempo prá pensar e até apreciar a árvore do outro lado da rua. Podia ter perguntado para a Malu que só anda de ônibus, foi até personagem de matéria na revista da Folha, por onde se entra e quanto custa a passagem, mas fui seguindo a fila onde estavam o nissei intelectual, o idoso e a moça de calça jeans, casaco de moleton roxo e bolsinha “chanel” . Entrando no ônibus antes de chegar à roleta um rapaz ofereceu lugar para sentar, outros fizeram a mesma gentileza e eu deveria ter uma plaquinha escrita “obrigada, vou em pé”… Eu queria olhar o caminho e as pessoas… A uma hora da tarde de domingo os passageiros eram jovens, quase todos com um “ear phone” e o fiozinho parava nas bolsas de “grife” das moças e nas jaquetas dos “manos”… Não consigo imaginar o que tocava nos MP3 e nos telefones, nem o que passava na cabeça dessas pessoas, mas fiquei feliz em ver desfilar as casas antigas da Nove de Julho… Algumas abandonadas fizeram parte das minhas fantasias infantis, o túnel que me causava um medo enorme com as cabeças dos leões na entrada e quantos planos de futuro devo ter feito nesta trajetória repetida tantas vezes do Brooklin ao centro da cidade, mas certamente jamais imaginei que a felicidade poderia ser simplesmente passear por ali de ônibus. Nada como o tempo para mudar o externo conforme o nosso sentimento interno…
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Comentários
Paloma Piragibe em Inspirações e referências Analu Neves em Que mulher é essa ? Angela Ghizi Guimarã… em Que mulher é essa ? Marilia Barbosa Nune… em Que mulher é essa ? Luciana em Que mulher é essa ?
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Lea,
que conto gostoso vindo simplesmente da observacao do diaa dia….eu tambem as vezes reparo como as pessoas andam ou os taxis que geralmente me encontro dentro de um deles….voam aqui na av. das Americas/Barra da Tijuca!
Assim eh a vida!!!! Mas tento tambem observar o verde ao meu redor!
BEijos!!!!!!!!!!
LEA,
UM CONTO QUE ENCANTA.
GOSTO MUITO DE SEUS TEXTOS. VIVO EM SÃO PAULO E POSSO IMAGINAR ESSA SUA VIAGEM NO ÔNIBUS PELA CIDADE. ENTREI NO TEXTO E ME SENTI TAMBÉM DENTRO DESSE VEÍCULO NESSA METRÓPOLE. TAMBÉM JÁ FIZ ESSE EXERCÍCIO. OLHAR AS PESSOAS, IMAGINAR PRA ONDE VÃO, O QUE ESTÃO PENSANDO, OUVINDO, LENDO DENTRO DE UM ÔNIBUS. MUITAS VEZES TAMBÉ,M JÁ ME PREOCUPEI EM OBSERVARF AS PLANTAS, OS CANTEIROS DA CIDADE, SUA GEOGRAFIA DESORDENADA.
PARABÉNS EA, SOU SUA FÃ.
LEA,
UM CONTO QUE ENCANTA.
GOSTO MUITO DE SEUS TEXTOS. VIVO EM SÃO PAULO E POSSO IMAGINAR ESSA SUA VIAGEM NO ÔNIBUS PELA CIDADE. ENTREI NO TEXTO E ME SENTI TAMBÉM DENTRO DESSE VEÍCULO NESSA METRÓPOLE. TAMBÉM JÁ FIZ ESSE EXERCÍCIO. OLHAR AS PESSOAS, IMAGINAR PRA ONDE VÃO, O QUE ESTÃO PENSANDO, OUVINDO, LENDO DENTRO DE UM ÔNIBUS. MUITAS VEZES TAMBÉ,M JÁ ME PREOCUPEI EM OBSERVARF AS PLANTAS, OS CANTEIROS DA CIDADE, SUA GEOGRAFIA DESORDENADA.
PARABÉNS LEA, SOU SUA FÃ.