Alô alô tia Léa

Eu jamais pensara em exercer qualquer função em administração pública nem tivera qualquer envolvimento com política até que um dia o telefone lá em casa tocou e era Aloysio Legey. Junto com o Walter Lacet e o Jerson Alvim ele era sócio da Eventus, produtora dos shows do Canecão, a maior casa de espetáculos do Rio de Janeiro e onde fui assessora de imprensa por mais de 4 anos. Legey contou que estava fazendo a campanha do César Maia para a prefeitura do Rio e o candidato sempre falava que gostaria de ter em sua equipe um profissional que ele sempre se lembrava de mim. “Ele quer alguém com seu jeito, sua cara…” Não sei o que imaginavam ser “ a minha cara” mas dias depois encontrei com o César e, depois de 15 minutos de conversa, fui convidada para o cargo que, em sendo eleito, criaria prá mim. Ele não pediu meu voto para o segundo turno, só avisou que sairia uma notícia no jornal e foi quando soube que era a primeira convidada a integrar sua equipe… Cesar Maia foi eleito e no dia 1º de janeiro de 1993 assumi a Assessoria de Eventos da Prefeitura do Rio de Janeiro, cargo com status de Secretaria. O primeiro desafio era a festa 20 dias depois em homenagem ao padroeiro da cidade São Sebastião. Montamos palcos nos bairros da Penha, Campo Grande, Barra da Tijuca e Arpoador para shows que aconteceriam nos mesmos horários com várias atrações. Enquanto produzíamos eu dizia que só mesmo de helicóptero para visitar todos os palcos e ver um pouco dos shows. Apesar de o helicóptero estar pronto, o 20 de janeiro amanheceu nublado, ameaçando chuva, vento, e preferi correr os 4 bairros de carro. A parada final seria no Arpoador onde se apresentaria Jorge Benjor e foi lá que fiquei para ver o reencontro do artista com a cidade do qual estava afastado há tanto tempo… Foi emocionante ele ver uma juventude incrível cantando suas musicas num fim de tarde na Zona Sul… No mês seguinte, fizemos o Camarote Cidade Maravilhosa para o desfile das escolas de samba e Benjor era convidado de honra… Tempo depois quando ouvi a gravação “W Brasil”, era muito escancarado o trecho do “alô, alô, tia Lea se tiver ventando muito não venha de helicóptero” tinha sido feito prá situação do show do Arpoador e o seu retorno ao Rio que, indiretamente eu teria proporcionado…Mas como dizia meu pai “é muita cabotinagem” o auto elogio e fiquei calada até um dia que Bernardo chegou em casa com uma reportagem na revista Capricho onde Benjor explicava a letra e eu era citada… Nunca escrevi sobre isso, evito comentar, mas hoje ao ler a noticia da morte da querida Léa Millon, advogada e empresária tão importante no meio artístico, tratada carinhosamente por Tia Léa, seguida da informação que foi imortalizada por Jorge Benjor no verso de sucesso de “W Brasil”, achei que seria legal contar… Tia Léa que nesta despedida siga em paz com o nosso helicóptero…

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Uma resposta para “Alô alô tia Léa

  1. Oi de novo e sempre. Mas não importa não…. já dizia Vinicius e você sabendo é o que importa. Agora, todos sabemos. Beijos

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