O relógio

Às vezes penso no tempo, não o que passou, mas o que virá com as tantas coisas que ainda quero fazer. Esta noite sonhei que os ponteiros do meu belo relógio dourado tinham desaparecido. Eu chacoalhava o relógio e os ponteiros não voltavam. Ficaram só as horas e como não podiam ser marcadas o tempo não passava… Por alguns momentos me senti Alice caindo na toca do Coelho Branco da historia de Lewis Carrol, com as pernas balançando no ar rumo ao desconhecido. O que me tranqüilizava era saber que o meu relógio não era igual ao do medroso Coelho Branco que sempre está atrasado para alguma coisa temendo a bronca da Rainha de Copas e da própria Alice. E neste mundo dos absurdos que os sonhos nos levam, como que por encanto um amigo chegou e apertando alguns botões as horas mudaram de lugar formando um ponto de interrogação que ocupava todo o mostrador. E por mais que tentássemos colocar ao menos às horas em seu lugar a interrogação continuava desafiadora. Este processo está longe dos meus sentimentos em viver bem cada dia dentro da medida de onde estou e o que tenho prá fazer. Deixo o tempo acontecer, reparo nas marcas que ficaram com gratidão pelo o que representaram em minha vida… A interrogação é instigante e bem vinda em cada amanhecer, independente dos sonhos…

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3 Respostas para “O relógio

  1. Gostei muito, Léa

  2. é bom amanhecer, léa.
    beijos.
    jorge roberto.

  3. Sonhos…Alguns se realizam, outros não…E, vamos vivendo a vida, sonhando, sorrindo, chorando…Enfim, enfrentando cada situação. Mas, viver é muito bom e, sonhar…é melhor ainda! Parabéns Léa! Seu texto é belo!

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