Era fim de tarde, hora em que as maritacas voltam prá suas casas anunciando que a noite vai chegar, que interrompi um texto ao ouvir um grito. Antes de me dar conta de onde vinha, o silêncio foi novamente invadido por mais gritos de prazer, em uma altura tal que parecia terem colocado microfones no quarto reproduzindo para toda a vizinhança os gemidos de amor
A minha primeira preocupação foi com os cães que costumam latir com qualquer barulho diferente e poderiam interromper o colóquio. Mas diante da pouca importância deles ao fato, fiquei calculando em qual apartamento o casal estaria hospedado na pousada ao lado da minha casa. O que menos importava é se estavam no apartamento de cima ou no de baixo, e o que me chamava atenção era a volúpia do som inusitado. Não que as pessoas não se amem em férias à beira mar – e como se amam! – , mas jamais ouvi sexo estereofônico na vizinhança.
Hoje na praia fiquei tentando identificar qual dos dois casais hospedados na pousada seria responsável pela festa no fim de tarde. Um casal é mais comportado, na faixa dos 30 e tantos anos, ela loura com pernas brancas e finas, maiô inteiro, com um livrinho de sudoku nas mãos sentada na sombra; ele com uma sunga cor de vinho, cabelos curtos e escuros, uma suave barriguinha, jeito de gerente de banco. O segundo casal tem perfil mais jovem, ela usa um biquíni reduzido, longos cabelos escuros, o rapaz é moreno com sunga moderninha, e jogam frescobol. Fiquei olhando o comportamento de ambos e na incapacidade de identificar quem se derreteu de paixão no dia anterior, fico torcendo para que os sussurros e gemidos tenham sido de libertação da comportada trintona com cara de professora de inglês. Aí sim teriam valido estes dias na praia e quem sabe o ano que vem não a encontro de biquíni.
hahahaha sensacional!!!
adorei. bjs
Que se amem aqueles que se amam ……….
Realmente o amor e lindo…..!!!!!!!!!!!!!!
bjks e saudades….
E eu que já fui sua vizinha… :-))))
Léa, entre o maiô comportado e o biquini, julgo o tratamento acústico como “delator”.