Não há uma 2ª. chance para se deixar uma 1ª boa impressão. Lembrei disso andando pela praia ao ver o mar cor de coca-cola. Este não é o meu mar, mas também pode ser algumas vezes depois de muitos dias de chuva. O Rogério Paixão, da Pousada Ponta de Santo André, foi pescador por muitos anos e explicou que como nessa região tem uma grande plataforma continental sem muita profundidade, com alguns rios desaguando no mar, quando entra um vento nordeste para afastar o vento sul o mar se remexe. Com isso uma espécie de lodo que há no fundo, perfeito para a criação de camarão, sobe para a superfície e somado as águas que descem das cabeceiras do rio, o mar fica com esse tom, que não é normal.
Quando Ricardo Freire www.viajenaviagem.com esteve aqui pela primeira vez encontrou o mar assim e ficou desapontado. Nos comentários que fez em um de seus livros sobre Vila de Santo André disse que a vila era linda, mas o mar… E hoje pensei exatamente sobre isso, na impressão que os turistas que passam por aqui pela primeira vez irão levar e sobre a impressão que as pessoas podem ter de mim ao me conhecer num rompante de “rodar a baiana”. Já não sou mais ventania, sou um vento suave, mas ainda posso fazer barulho. Tenho a impressão que tenho uma cara que acredito ser a minha, e esta ainda não passou dos 35 anos. Outra cara como as pessoas me vêem, e ainda uma terceira que é a real e no momento tenho duvidas se ela existe. Mas de todos esses jeitos sou na essência dias de mar azul, outros verdes e quando mexem muito no fundo, sou cor de coca-cola.
Curioso, tive essa mesma impressão quando conheci Itacaré…
Ótimo texto, Léa, voce está demais.
Senti o cheiro deste mar tão lindo.
Se a cor se trransforma, assim somos nós também, como voce descreveu.
E, assim sendo, somos naturais,
é lindo o mar azul – sereno, jeitoso, mar.
Lindas emoções, bela forma de dividi-las conosco. É muito bom apreciar outras pessoas a saborear a maturidade. Nunca estamos sozinhos…
Léa, você sempre me surpreende com suas reflexões. Eu gosto!