Pery

Verão de 1970 – Leme, Rio de Janeiro, vou à padaria e encontro na esquina com Pery Ribeiro. Estava chegando à cidade depois de alguns anos fazendo sucesso nos Estados Unidos. Não lembro quem estava com ele, devia ser algum amigo, pois fez a apresentação. Dias depois o amigo (ou ele ??) telefonou convidando para um churrasco em Jacarepaguá na casa de Dalva de Oliveira, mãe de Pery. Que orgulho ir à casa da maravilhosa Dalva, estar na intimidade de uma família com longa historia na musica. O convite vinha com a informação para levar biquíni pois teria direito a piscina. Apesar de já ser jornalista e trabalhar na Revista Amiga, não estava indo para fazer uma reportagem. Acontece que  o papo foi ótimo, Pery contou boas historias de sua experiencia no exterior… Eu estava casada há poucos meses com Paulinho (Paulo Martins) que além de arquiteto, cineasta era também fotografo. Levou a câmera e fez umas fotos muito divertidas… Passamos um dia delicioso a beira da piscina e no final, com autorização de todos, este material acabou se transformando numa reportagem da revista Amiga  e nasceu aí uma boa amizade…

Ouvi muito Pery cantar numa época da boa boêmia carioca. Ele era um cantor excepcional, um artista respeitado no mercado internacional. Era a voz da bossa nova.  Namorei muito embalada por sua voz  afinadíssima…

Acho que este ano não quero mais abrir a caixa de fotos antigas e postar adeus aos amigos. Prá inicio de ano acho que já está de bom tamanho duas despedidas. (Foto Paulo Martins)

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5 Respostas para “Pery

  1. Pois é Léa,a vida vai passando e levando de roldão,as pessoas,os sonhos.Quem sabe todos nós nos encontremos um dia em algum lugar.abraços

  2. Bela crônica e linda foto! Parabéns e beijo, Bernardo.

  3. Gostei. Valeu! Bom de ler. Beijos. Jarbas

  4. Boa história, Léa! Eu também estive lá na casa da Dalva, na Rua Albano – se não me engano do nome da rua – em Jacarepaguá (ela estava casada com o Nuno…), mas a minha história é um pouco diferente da sua…Uma coisa é certa, e ficou guardada em mim pra sempre: Dalva de Oliveira era uma pessoa simplíssima, humilde, uma rainha do povo (os verdadeiros reis são assim, e o Roberto tá nessa mesma categoria). Pery era super gente-boa, um cara muito legal. Acho que, agora, o triângulo está completo (apesar dos problemas passados, que, enfim, passam como a vida): Dalva, Herivelto, Pery.

  5. Oi Léa, to adorando ler histórias de sua memoria e não resiste, ao encontrar essas lembranças de seus momentos com o Pery,em registrar como é bom perceber que a essência de pessoas especiais não se perde com o tempo.O Pery estava morando aqui do lado, na Ilha Primeira,onde moram Dira Paes, Nevile de Almeida, Mano Melo,Nonato Buzar, Solange Couto, e muitos outros atore, musicos e artistas…cada um iluminando nosso cantinho com a luz de suas estrelas,Você viveu no meio deles e sabe ,onde estão os artistas tem sempre uma luz de arte brilhando no ambiente.Mas a luz do nosso vizinho Pery,sempre foi mais delicada,mais generosa, mais amiga,apaziguadora a ponto de me perguntar,como pode uma pessoa que viveu tantos turbilhões se guardar,crescer e amadurecer com tanta suavidade,como suave era seu canto?.Assim foi te-lo como vizinho…Um tempo de suavidade.Ele partiu e nos deixou sua companheira, Anna Duarte, cultivando da mesma forma sua lembrança. Bom poder partilhar isso com você.Obrigada por seus belos textos.

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