Tenho dançado muito. Fecho os olhos e me vejo no palco de um grande teatro e danço até não poder mais. Faço pliê, arabesque, battement glissé, coupé, croisé, foueteé, pirouette e todos os outros passos que aprendi os nomes num glossário na internet. Movimento os braços com leveza, as pernas com equilíbrio e meu corpo flutua em delicados gran jeté… Sinto-me como uma pluma, apesar de mais de 70 quilos, seguindo uma coreografia que se renova a cada dia, assim como o cenário se transforma e surge um novo movimento propiciado pelo peso do ambiente. Não se trata de “peso” no sentido do astral, não tem inveja nem olho grande. Mas um peso bem mais amplo que se refere ao fluxo da natureza.
A trilha que escolho é fantástica. Às vezes danço ao som de Chopin outras de Strauss. Gosto também das grandes orquestras como Glen Miller, numa coreografia mais contemporânea que faço em movimentos inspirados nos antigos musicais de Hollywood. Se quiser posso ter parceiros para um pas de deux, mas tenho optado por dança solo. Fico mais confortável quando não preciso me preocupar com os passos do companheiro nestes momentos de tal enlevo.
Tenho dançado muito. Quase todos os dias, a beira do rio ou do mar, durante as aulas de hidroginástica com a Vivian Lee. Os movimentos se transformam em dança e os pensamentos me levam para onde eu quero. Os palcos podem ser do Theatro Municipal ou da Opera de Paris. Entro numa viagem fantástica que tem me permitido viver momentos surpreendentes. Deus conserve a minha loucura dentro da total lucidez de dar asas aos meus pensamentos.
Será que com a chegada da “idade”, deixamos de lado os desejos e os substituímos por sonhos? Ou ambos se confundem, ou se fundem e se transformam em um só? Quando jovens, somos feitos de esperanças, e quando a “idade” chega, somos (dentre outras coisas é claro) sonhos! De qualquer maneira temos nossos momentos de saudades mas toda idade tem seu encanto! Não troco meus filhos e netos por nada…
Entre sonhos e vivendo movimentos felizes, reserve um dia ou mais na semana para começar a ler a Bíblia. Vc já leu Léa?
Oi Gilda, já li e continuo lendo a Biblia… abraço
Fico sempre muito feliz ao constatar a sua fundamental saúde. De fato, Deus a conserve, minha querida. Beijo!