Eles se conheceram na adolescência, a vida correu paralela com amigos em comum, acompanharam as historias, amores e desamores um do outro. Filhos cresceram e um dia quando já estavam com mais de 50 anos se reencontraram. Foi como respirar de novo a juventude e rolou um clima. Sem mais tempo para vergonhas, afinal se conheciam da vida toda, e com a pressão dos amigos querendo resolver a questão dos dois sozinhos, quando se viram estavam ficando. Não ficando mais amigos, pois isso seria impossível, mas foram ficando encantados. Com outro olhar para os cabelos grisalhos, o corpo não tão firme, mas ambos ainda muito sedutores.
E surgiu a aguardada primeira noite. Talvez por não ter mais filhos em casa e do quarto ter uma bela vista para o mar, optaram pela casa dele. Jantaram com amigos, displicentemente, como se não estivessem com o coração aos pulos com a noite que os esperava. Chegaram em casa com este mesmo clima de que tudo era muito óbvio e comum, como se tivessem dormido juntos na semana passada. Ele se preparou e foi para a cama. Deixou o banheiro limpo e arrumado para ela. Alguns minutos com cremes e perfumes, ela volta para o quarto. Deita na cama e se recosta num dos travesseiros de penas. Janela aberta, brisa do mar, ela se queixa do frio. Gentil ele fecha a janela. Engatam uma conversa tola e ela começa a sentir calor e a se abanar nervosamente com um travesseiro. Ele abre a janela, ela começa a suar. Ele sai em busca de um ventilador, apesar da casa ser muito fresca e arejada. Portas e janelas abertas, ventilador ligado, ela começa a sentir frio. Ele sugere um banho, quem sabe assim relaxa. Ela aceita a proposta e volta minutos depois, ele com o quarto todo fechado. Na cama ela propõe:
“Vamos apenas dormir?”
Ele concorda. Ela apaga a luz do abajur e dorme. Ele acende a luz do seu abajur e vai ler até o sono chegar. Quando percebe já são quase 4 horas da manhã. Apaga a luz, e ela toca seu ombro e murmura.
“Perdi o sono…”
E quando o dia nasceu com as janelas abertas só havia nos lençóis resquícios de uma noite de amor entre grandes amigos…
Tenso, emocionante, suspense, happy end. Salve, Hitchcock de Santo André.
Lea querida, este reencontro você tirou do teu coração, da tua alma, de uma nuvem que te guarda?
Beijos.
Que delicadeza a tua! Estou espantada, encantada, boba! Qual o nome dessa flor q ilustra o post? Abraços Fraternos