Esta passando o tempo do mofo… Foram tantos dias de chuva que até as hóstias na Igreja mofaram. Creio que o Papa Francisco não soube, mas são tão raras as pessoas que comungam nesta vila que o fato foi comprovado por uma amiga que ficou com vergonha de falar com padre e em panico de engolir a poeirinha cinza… Acontecem coisas nesta vila que beiram Saramandaia, e no inverno se tornam ainda mais contundentes…
Neste tempo em que os dias são mornos e as noites frescas lavei muita roupa, pendurei os casacos no sol, a casa foi limpa e agora vou forrar com placas de isopor algumas partes do armário próximas da parede. Este é o processo de quem vive tão perto do mar numa casa cercada por muitas árvores no pós-inverno baiano.
Retirar o mofo tem também o sentido de sair de casa, visitar e receber amigos, andar de bicicleta, retomar as sessões de cinema no jardim, mesmo que seja preciso colocar alguma coisa nas costas. É começar a pensar no verão, nos amigos que virão, na alegria de descobrir no calendário que o carnaval é em março e a temporada será mais longa, separar os tecidos para novas colchas, tempo de produção…
E também tirar o mofo do que está parado, como um livro de memórias, uma blusa de crochê, 4 livros lidos só até a metade, enfim, tempo de colocar o trem nos trilhos e botar lenha prá andar…
Linda vida!