Como nascem os desafios…

Indicados por uma amiga, o casal mineiro chegou para passar 2 semanas na Casinha Amarela. Ela em home office, ele de férias. Precavidos com o vírus, vieram de carro. A Casinha Amarela é um dos três módulos que compõem o espaço de bem receber que tenho no mesmo terreno da minha casa. Originalmente era um chalé transformado numa casinha para hospedar um poeta, também mineiro, que por aqui ficou quase 2 anos. Nestes tempos de pandemia, passou a ser um lugar bem disputado, adequado para duas pessoas, tem o conforto de um quarto conjugado à uma sala, um bom banheiro, uma pequena cozinha e varanda. Acesso independente, quando desejado pode contar com serviço de camareira e café da manhã, direito a usufruir do jardim, piscina, chamego dos cães e algumas vezes da conversa com “a anfitriã” que, quando está inspirada, é boa para contar histórias…

Rapidamente Rita e Alexandre criaram uma rotina. Tomavam o café antes das 8 para que ela tivesse tempo de estar à postos nas extensas reuniões online, e ele, em férias, ia caminhar na praia de onde voltava com uma sacola repleta de restos plásticos trazidos pelo mar. A mesa da piscina se transformou em base de trabalho que Rita ia mudando de lugar conforme o sol, percorrendo todo o deck ao longo do dia. Três vezes por semana o dia começava mais cedo. Eles faziam no jardim exercício com pesos e outros instrumentos.  Até parecia que estavam numa academia. No meio da segunda semana, já anunciando a partida, consultaram sobre a possibilidade de estender a hospedagem. Ele voltaria a trabalhar online e poderia ser da Bahia, só faltando o notebook. Como os astros conspiram a favor, uma amiga estava vindo de carro de BH e poderia trazer o equipamento de trabalho…. Bom, de 2 semanas ficaram 5, e aí uma amizade foi se construindo… Fizemos churrasco, fomos ao mercado, ele fez um pão que é uma deliciosa receita da família, tomamos cerveja na piscina jogando conversa fora e no café da manhã havia sempre alguma história. Na despedida ofereci o melhor da gastronomia de casa: um peixe feito pela Lelê.  Sábado eles partiram, sem abraços, com um adeus à distância, máscaras no rosto e ficou esta carta…

Que me perdoem os monólogos virtuais, como whapps e e-mails sem vida e afins, que até agilizam, fazem links mas não nos envolvem. Gosto dos sotaques, entonações, suspense, surpresas, vivências gravadas em histórias. Gosto da chance de tirar a limpo, voltar ao assunto, revirar como num livro, uma página que passou e deixou saudade, reviver o texto, sentir de novo uma palavra que foi perdida…

Toda conversa, toda história compartilhada, tem vida, tem personagens principais mas tem coadjuvantes, pequenos detalhes que só se expões em uma narrativa, onde existe sinceridade e instiga curiosidade e atenção.

Léa, foram assim nossas conversas e seus livros, como especiais foram suas histórias… deleite e ensinamentos!

Foi assim “Leia me Penteado”, uma vivencia inspiradora, cultura, passagens de vida, aprendizados… efervescência de ideias e exemplos… apresentando fatos e pessoas reais, de caminhadas também surpreendentes.

Espero não ter fim essa nossa conversa…

Carinho e admiração,

Alexandre Moreira

Verão maravilhoso, março 21

E esta carta era o empurrão que faltava: começo hoje a escrever minhas histórias… Vem aí um novo livro… Obrigada Rita e Alexandre… Espero vocês em breve, enquanto isso, escrevo …

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