Gosto dos domingos quando faço o café da manhã num ritual silencioso e solitário… Trago esta lembrança de todas as casas por onde vivi, o prazer de arrumar a mesa, colocar as delicias disponíveis na cozinha, preparar panquecas, passar o café e depois sentar para digerir calmamente o banquete e as letras dos jornais e revistas… Aqui em Santo André há uma alteração nos componentes da mesa. Sem jornais ou revistas do dia, “releio” minhas memórias, viajo nos pensamentos, enquanto os passarinhos chegam para comer o que sobrou do mamão cuja casca, cuidadosamente coloco em um pedaço de madeira na árvore. E foi olhando os passarinhos nesta manhã que vi dois periquitos trabalhando numa enorme casa de cupim. Eu bem que pensara em retirar a casa de cupim há algumas semanas quando fiz a poda no quintal, mas esqueci, e o Guinho, que me ensina os “segredos’ da vida rural, comentara que às vezes periquitos fazem ninho em velhas casas de cupim. Fiquei torcendo para os periquitos saírem ganhando nesta disputa e acho que deu certo. Enquanto um periquito entra na casa e faz a limpeza, o outro fica do lado de fora tomando conta.
Incrível a natureza ! E tão encantada com a cena do quintal, fui pesquisar no bom e velho Google sobre o assunto encontrando um blog bacana do Francisco Perna Filho, poeta, contista, compositor, professor universitário, um homem interessado em literatura e arte. Em seu espaço compartilha poemas e crônicas de autores como Gregório de Matos, Ledo Ivo, Torquato Neto E viva a internet ! Com quatro livros publicados, em seu blog encontrei o conto “Ninho de Periquitos” do goiano Hugo Carvalho Ramos (1895-1921) que acabou sendo a principal noticia do “meu jornal” esta manhã…
Desfiles de passarinhos nas fotos da Cláudia
Oi Léa. Que beleza. Dá vontade de ir para aí. Hoje Luiz cresceu mais um pouco, foi circuncidado. Uma gracinha. Roberto se emocionou e nem quis fazer o brinde, eu fiz. Fico viajando com seus escritos, me sinto aí. Obrigada. Beijo
Sylvia, venha qdo quiser… vc não pode imaginar como lembro de vc pintando sedas… outro dia comentei com a Helenita que trabalha aqui em casa que qualquer dia vou comprar uma seda para pintar… bjs e boa sorte na vida para o Luiz neste dia tão especial…
Leleca,
Lendo seus textos sempre me desperta algo de íntimo, talvez instintivo, porque apenas o sinto e – felizmente- não penso. Já sentindo pelo texto o cheiro de terra molhada abro as belíssimas fotos da Cláudia , quase estico a mão para acarinhar o periquito mas imediatamente me recolho ao óbvio , talvez por isso, tão lindo. Tudo isso aconteceu com vocês aí e comigo aqui.
Talvez em menos de um minuto vocês me passaram a inexistência do tempo. Vou dormir agora. Com os periquitos
Cara Léa, bom dia!
Obrigado pelas boas palavras a respeito do meu Blog Banzeiro Textual. Gostei muito da sua página, que nos brinda com texto saborosos. Quanto aos meus livros, recentemente lancei o meu 4º livro, o 3º de poesia “Visgo Ilusório” (o outro é de Crítica Literária: um estudo comparado em Manoel de Barros e Raul Bopp), com relação ao “Visgo Ilusório” ele nasceu a partir deste poema:
Por um sono
O pássaro pousa no sonho
um cantar de prata,
e a densa plumagem que o abriga
é de um verde inacabado,
de um amarelo rubro,
de presumida ferida.
O homem que sonha o pássaro,
aos olhos do pássaro,
é um gigante e,
por um instante,
parece tocá-lo com um grito.
O pássaro sonhado carrega
nas asas muitas pedras,
perseguições
e desencantos,
por estar preso ao sonho,
a um visgo tão ilusório quanto a sua existência.
O homem ainda é um menino
e acostumou-se a sonhar pássaros
para aprisioná-los nos seus poemas.
Gostaria de saber seu endereço para eu lhe enviar um exemplar.
Abraço amigo,
Chico Perna
AMADA LÉA,
NAO SEI ESCREVER BONITO!
ALÉM DE AMAR SEUS TEXTOS, REFINADOS E DE EXTREMA INTELIGENCIA , AS FOTOS SÃO DE UMA LINDEZA PURA, DE UM ENCANTO INFINITO , UM BRINDE DA NATUREZA P/ TODOS NÓS.
VIVA VC LÉA!………
Léa, você vivendo em extremos, urbano chique e,
interior simples,deve sentir um exercío de alma muito intenso e bom.
Como na fisioterapia, quente e frio…
Lindos, os pássaros .
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