Escrevi sobre Copacabana e recebi o seguinte comentário da Constancia : Você só esqueceu de mencionar, Chico cantando em Copacabana na Galeria Menescal!!!! Bjus e Saudades!!!!
Na hora a ficha não caiu, levei alguns segundos pensando no que dizia esta mensagem quase psicografada. Chico Buarque na Galeria Menescal, será que ele fez alguma musica com esta referencia? E aí a ficha caiu. A Constancia faz parte da família Gondim de Oliveira que nos anos 60 eram os donos dos Diários Associados, a mais poderosa rede de comunicações do país: rádios, emissoras de TV, jornais e a revista O Cruzeiro.Um verão em Vila de Santo André ela comentou o fato e eu contei esta historinha… Leão Gondim de Oliveira era diretor dos Diários Associados, dona Lili (Amélia Whittaker Gondim de Oliveira) presidente da revista O Cruzeiro, e eram pais de Léo, meu colega no curso Bahiense que preparava para o vestibular. Em 1967, no seu aniversário, Léo convidou alguns amigos para jantar em sua casa. Aos 17 anos eu não tinha a menor noção da importância da sua família. Ele era um rapaz como qualquer outro no cursinho. Mas quando cheguei ao apartamento que ocupava toda a extensão da cobertura da Galeria Menescal em Copacabana fiquei boquiaberta. Obras de artes em todas as parede. Um apartamento elegante, altamente conservador e sofisticado, e ali estavam reunidos uns 10 amigos do Léo para um jantarzinho de strogonoff como mandava o cardápio da época.
Tudo mais que perfeito. Todos andando com cuidado para não esbarrar em alguma peça de arte até a grande surpresa na sobremesa: um tímido Chico Buarque sentado na sala, com o violão ao colo esperando a turma para tocar e cantar as canções que já faziam sucesso… Ele já era famoso e não sei qual a lembrança que os outros amigos guardam deste momento, mas eu fiquei encantada em ver um ídolo tão de perto. Fez um show acústico, particular e nós fizemos coro com as músicas do seu primeiro LP, lançado no ano anterior… Nos esbaldamos com Quem te viu quem te vi, A Banda, Noite dos Mascarados, A Rita, Madalena foi pro mar, Você não ouviu, Juca, Olê olá, Meu refrão…. “Vem que passa o teu sofrer, se todo mundo sambasse seria tão fácil viver…”
Uma noite para nunca esquecer… Naquela época não se andava com maquina fotográfica na bolsa, eu não imaginava ser jornalista e o registro na memória é impecável. Anos depois encontrei Chico Buarque, fiz uma ou duas entrevistas exclusivas, não toquei neste assunto, mas jamais esqueci o privilégio de ter feito parte de uma platéia tão seleta. Dos amigos do cursinho testemunhas deste encontro ficou o Roberto Abramson, a Angela Gonzaga partiu há alguns anos. Assisti muitos dos shows do Chico, nenhum igual a este. A foto em que estou na platéia é de um show de 87 ou 88 no Canecão. Pela localização em que estava sentada devo ter sido convidada do Mario Priolli… A foto saiu em uma reportagem no Globo com os comentários sobre a estréia e consegui uma cópia… Obrigada Constancia por lembrar Chico e eu em Copacabana…Obrigada Léo, por onde estiver…
Boas lembranças, Léa. E tão recentes.
Se ainda estiver aqui no Rio, dá um pulinho domingo em Paquetá. Tem bar c a saindo da Praça XV às 10,30h. Domingo, dia 2 de janeiro, aumento a dose no meu calendário de vida. Beijos.
Delícia de lembrança!
Esse LP foi a minha primeira aquisição musical.
Não tive o mesmo privilégio que você. Só vi Chico pessoalmente há pouco tempo, no lançamento do filme Benjamin em SP. E ele olhou pra mim com aqueles olhos verdes…
Gostei , gostei de ver essa mensagem . Saber que vc é uma Jornalista de renome e ter estado participando desse meu aniversário naquela época . Eternamente sensibilizado ,
Léo Gondim